Hábito de fumar aumenta riscos de câncer de bexiga

O câncer de bexiga é o segundo tipo de tumor mais tratado pelos urologistas, perdendo apenas para os casos ligados à próstata. De acordo com as estimativas mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registraria, até o final de 2019, mais de 9 mil casos da doença, ocupando a sétima posição na lista de mortes por câncer no país.
Entre os fatores de risco, o hábito de fumar é o mais significante. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o tabagismo está presente em cerca de 50% dos casos de câncer de bexiga nos homens e em 35% entre as mulheres. Os maiores riscos estão para pessoas com mais de 40 anos e, em 60% dos casos, atinge indivíduos entre 65 e 85 anos. Os tabagistas apresentam uma chance duas a quatro vezes maiores de desenvolver câncer de bexiga, quando comparados aos não-fumantes. O papel do tabaco no aumento de casos é decorrente da absorção e inalação dos componentes químicos do cigarro, altamente tóxicos e maléficos para a saúde, que entram na corrente sanguínea, são filtrados pelos rins e chegam até a bexiga, provocando degradação e destruição de células.
Sintomas
O urologista Murilo Ferreira de Andrade (CRM 116423) explica que o principal sinal de que o indivíduo possa apresentar um câncer de bexiga é a presença de sangue na urina. “Esta hematúria pode ser microscópica, ou seja, detectada apenas com a verificação do aumento das hemácias em um exame de urina, ou macroscópica, quando é possível observar pontos avermelhados na urina. Outros sintomas que podem estar associados são dor na região pélvica, irritação e ardência no canal urinário”, explica o médico.
Diagnóstico
Quando ocorrer suspeita de câncer de bexiga o médico poderá fazer uso de diferentes exames clínicos realizados no consultório, como palpação abdominal, toque retal e toque vaginal. Além desses exames, existem diversos exames complementares, como exames de urina (para detectar presença de sangue invisível a olho nu), ultrassonografia de vias urinárias, urografia excretora e citoscopia (endoscopia da bexiga).
Tratamento
Ao menor sinal de sangue na urina ou dificuldade para urinar, é preciso procurar orientação do urologista, pois um diagnóstico precoce é fundamental no sucesso do tratamento, que pode ser classificado em dois momentos: quando invade o músculo da bexiga e quando não chega a atingir esta camada.
Quando não atinge o plano muscular, o tratamento é a ressecção do tumor por via endoscópica e, algumas vezes, complementada com imunoterapia intravesical (vacina BCG). Já quando invade o músculo da bexiga, torna-se uma doença muito mais agressiva, apresentando altas taxas de progressão e de morte pelo câncer. Nesses casos, o tratamento é a retirada da bexiga (cistectomia radical), associada ou não à radioterapia e à quimioterapia.
De acordo com o Departamento de Uro-oncologia da SBU, no caso da doença não-músculo invasiva, as taxas de cura são elevadas, chegando a 90%. Porém, a chance de a doença voltar (recidiva) pode chegar a 60% em alguns casos e há necessidade de acompanhamento constante. No caso de câncer invasivo, a sobrevida em cinco anos se situa ao redor de 50% no Brasil, muitas vezes motivado por um diagnóstico tardio.
>> Conteúdo produzido por Angelo Davanço
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